quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Alemão abestado não gosta de Brega arretado



E se levássemos o brega para seu tão merecido lugar dentro da universidade e pensássemos criticamente embasados em teóricos a sua essência? Essa crítica pretende unir nosso tão amado estilo musical com dois dos mais icônicos pensadores da Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer.

Um de seus trabalhos mais evidenciados foi a Indústria Cultural, onde aponta a arte na sociedade capitalista. Diziam que a reprodução e distribuição de um produto facilmente assimilável pelo mundo comercial inibia a arte erudita, pois não permitia a participação intelectual dos espectadores. Era basicamente uma via de mão única, onde também podemos lembrar a teoria da Agulha Hipodérmica, de Lasswell.  

Quem consumia passivamente a mercadoria dessa indústria era considerado alienado, termo curiosamente aplicado aos ouvintes do Brega. Assim como na tese dos dois pensadores, o estilo musical também era destinado à grande massa, dando rios de dinheiro a indústria fonográfica da época e seria facilmente um exemplo com suas músicas fáceis e ossatura imutável. Já a queridinha MPB ficava como título de arte erudita, arte feita pela arte e não com intuito comercial.


Pode até ser que alguns Bregas se abstenham das discussões da sociedade, mas não existe fala qualquer que não seja embasada por alguma cultura social. O brega também pode ter sido o alvo da indústria fonográfica como fonte de renda, mas quem consumiu, não o fez passivamente; identificação musical não pode ser confundida com alienação. E além do mais, quem disse que o Brega não filosofa? Como já dizia Falcão “Lends Picantis In Ânus Autrem Q'sucus Est”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário