E se levássemos o brega
para seu tão merecido lugar dentro da universidade e pensássemos criticamente
embasados em teóricos a sua essência? Essa crítica pretende unir nosso tão
amado estilo musical com dois dos mais icônicos pensadores da Escola de
Frankfurt, Adorno e Horkheimer.
Um de seus trabalhos mais evidenciados
foi a Indústria Cultural, onde aponta a arte na sociedade capitalista. Diziam
que a reprodução e distribuição de um produto facilmente assimilável pelo mundo
comercial inibia a arte erudita, pois não permitia a participação intelectual
dos espectadores. Era basicamente uma via de mão única, onde também podemos lembrar
a teoria da Agulha Hipodérmica, de Lasswell.
Quem consumia passivamente
a mercadoria dessa indústria era considerado alienado, termo curiosamente
aplicado aos ouvintes do Brega. Assim como na tese dos dois pensadores, o
estilo musical também era destinado à grande massa, dando rios de dinheiro a indústria
fonográfica da época e seria facilmente um exemplo com suas músicas fáceis e
ossatura imutável. Já a queridinha MPB ficava como título de arte erudita, arte
feita pela arte e não com intuito comercial.
Pode até ser que alguns
Bregas se abstenham das discussões da sociedade, mas não existe fala qualquer
que não seja embasada por alguma cultura social. O brega também pode ter sido o
alvo da indústria fonográfica como fonte de renda, mas quem consumiu, não o fez
passivamente; identificação musical não pode ser confundida com alienação. E
além do mais, quem disse que o Brega não filosofa? Como já dizia Falcão “Lends
Picantis In Ânus Autrem Q'sucus Est”.
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